segunda-feira, 30 de junho de 2014

REFLEXÃO E AÇÃO: CADERNO I - TÓPICO 1

A partir da reconstrução histórica aqui apresentada, identifique — individualmente e em grupo — os desafios que permanecem para o ensino médio na realidade brasileira e levantem possibilidades de explicação para eles.

32 comentários:

  1. Vale ressaltar que os desafios para o Ensino Médio podem ser aprontados a partir da própria DCNEM - p. 25 e 26 - em questões que você, professor, perceba em seu cotidiano de sala de aula.

    Abraço!

    Pedagogo Alex - Orientador de Estudos - Turma 1

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. O maior desafio para o ensino médio é fazer com que o estudante que terminou o ensino fundamental continue seus estudos no ensino médio e que os mesmos tenham condições de concluir um ensino médio com qualidade, onde nossos jovens saiam com uma formação básica , para que os mesmos possam fazer suas escolhas para dar continuidade aos seus estudos ou inserir-se ao mercado de trabalho . Para que isso aconteça teremos que ter um conjunto de mudanças , como;
      Professores mais preparados e mais comprometidos com a educação , Colégios mais adequados para recebem estes jovens , uma carga horária maior ( UMA EDUCAÇÃO INTEGRAL ) ,Maior comprometimento dos nossos alunos , enfim um conjunto de vários itens que torne a escola mais atrativa. Prof Enzo A Souza Matemática .

      Excluir
  2. O que pude perceber ao fazer a leitura do texto, os maiores desafios para o EM são: Evasão escolar e a Universalização no ensino.
    A evasão escolar no EM se deve, entre outros, ao fato do aluno precisar trabalhar para ajudar no sustento em casa, não sentir muito estímulo para permanecer estudando, não gostar do ambiente escolar.
    A universalização do EM depende muito mais das políticas públicas do ensino do que a própria atuação do educador/professor. A educação no Brasil, como demonstra o texto, era só para a elite. Quando houve necessidade, o governo, representante das elites, abriu espaço para uma parcela da população, mas as melhores escolas continuavam para os filhos da elite. Na atualidade temos uma situação parecida. As melhores escolas continuam abrindo as portas apenas para quem pode pagar mais.
    Profº Elói Reni de Oliveira - Geografia

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Professor Elói
      Você menciona dois pontos realmente importantes. O primeiro, uma questão social que bate a porta da escola com todas as suas forças: a questão do trabalho e necessidade do jovem de sobreviver / contribuir financeiramente junto à família. Tal questão supera de longe providências somente pedagógicas, não é mesmo?
      Sobre essa dualidade, no segunda ponto, de um escola de EM para elite e outra para classe menos privilegiada, é um desafio sim. Afinal, expressa-se na escola o que temos instalado na sociedade como um todo, visto que ainda temos as maiores desigualdades sociais do mundo.

      Excluir
  3. Tòpico I-

    Diante do desenho histórico apresentado no texto-ensino médio -Um balanço histórico institucional. Identificam-se as seguintes reflexões a cerca dos desafios que precisam ser alcançados no ensino médio brasileiro:
    A leitura feita do texto permite - se dizer que poucos tinham acesso aos saberes, as aulas eram régias,e principalmente no período do império, os mais favorecidos tinham esta oportunidade. Na configuração histórica observa-se que houve progressos. Porém, mesmo com as leis vigentes, é necessaŕio destacar que a realidade brasileira educacional ainda enfrenta problemas em suas classes menos favorecidas, principalmente em regiões que não priorizam a educação. A discrepância na educação brasileira existe, e ela é resultado de uma herança histórica. Esta resultou na descaracterização e desqualificação do ensino médio A permanência dos estudantes no ensino médio, chamado de secundário no decorrer da história. Isto declara-se como dualidade invertida onde antagoniza uma educação para elite e uma educação para o trabalhador. Na década de setenta, período ditatorial, com a flexibilização e obrigatoriedade do ensino profissionalizante houve uma procura maior para ingressar a esta modalidade, pela proposta de futuro ingresso no trabalho. Também neste período houve a desvinculação dos recursos orçamentários destinados para esta modalidade. Isto é retomado na carta constitucional de 1988 o que redemocratiza o período atual. Configura-se na nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996), caracterizando o Ensino Médio como etapa de conclusão da educação Básica. Na Sequência histórica , com as reflexões críticas da época, as iniciativas dos movimentos sociais na construção de um projeto coletivo que destinou-se a redefinir os objetivos e atribuições do ensino Médio. O projeto de Formação Humana Integral propôs superar a dualidade presente entre cultura e trabalho. Faz se necessaŕio resgatar o Manifesto Educacional que foi assinado por vinte e seis educadores alguns liberais elitistas e outros igualitaristas , condenavam a discriminação social realizada pela escola. Propondo uma “escola única para todos , de modo a se evitar o divórcio entre os trabalhos manuais e intelectuais”. Quando fala-se em desafios remete-se a toda a sequência cronológica e histórica educacional deste país e suas consequências. As relações e discriminações sociais, leis pautadas em interesses econômicos e políticos, momentos de progresso da sociedade e consequentemente educacional.
    Isto posto, percebe-se que a situação atual educacional perpassa pela formação continuada e efetiva do professor; jornada de trabalho que garanta ao docente seus momentos de estudos e reflexões a cerca do desenvolvimento do seu trabalho; garantia para o professor de acesso frequente as artes, literatura, música; gestores participantes do processo; remuneração adequada aos profissionais de educação;
    É necessaŕio citar as famílias destes estudantes e suas relações desestruturadas. Obviamente que esta situação não diz ser totalmente responsabilidade da escola,, é um capítulo a parte em nossa sociedade , porém afeta diretamente o processo escolar, e há uma necessidade premente de reavaliação pelos órgãos competentes e da própria sociedade. Sabe -se que quanto mais acesso aos saberes , mais a oportunidade de sabermos de nossos direitos como cidadãos e reivindicá-los. Do ponto de vista social, é necessário que os veículos midiáticos caminham com a escola e por ela, em uma concepção correlacionada à educação. A reestruturação e a flexibilização dos currículos auxiliariam de maneira eficaz na construção de um novo ensino médio. A ideia conteudista apresenta -se obsoleta, assim como a escola. Com as novas demandas tecnológicas e o acesso constante a estas ferramentas propondo um mundo mais dinâmico nas informações para as juventudes atuais. É imprescindível que o professor a escola retome sua linguagem e proponha uma leitura mais rápida aos nossos estudantes.
    Responder

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Pedagoga Mônica
      Você fez um síntese interessante das reflexões apontadas no Tópico, situando historicamente a questão do ensino médio.
      Mencionar os aspectos da família, tecnologia, formação continuada, políticas públicas, entre outros, enriquece as possibilidades de analisar os desafios para o Ensino Médio brasileiro numa perspectiva abrangente e coerente.
      Cabe a nós, profissionais da educação, fazer as devidas compreensões e, de modo profissional e ético, construir práticas que contribuam para as melhorias tão necessárias.

      Excluir
    2. Sim, concordo plenamente de que devamos nesse processo construir estas práticas. Porém , para avançarmos é imprescindível que os órgãos competentes atendam efetivamente as necessidades educacionais. Com a proposição deste novo ensino médio, e o movimento para sua valorização aponta se uma esperança.

      Excluir
  4. São muitos os desafios para o ensino médio no Brasil, visto que somos um país continental, grande e com muitas realidades diferentes de norte a sul. Em primeiro lugar as questões que merecem destaque são; a necessidade de maior investimento na educação propriamente dita(verbas): maior valorização de conteúdos educativos (livros,jornais,revistas,cultura de maneira geral) além da necessidade de valorização dos professores(as),não só nas questões salariais mas nas condições de trabalho e valorização enquanto profissionais em sociedade.
    Uma das explicações para a crise da educação brasileira está na sua história no sentido de duas escolas distintas no país: uma escola para os ricos e uma para os pobres através de leis, decretos e outros.
    É importante destacar que nesse século a educação se mostra necessária e importante em um mundo globalizado e também é urgente que o Brasil invista e valorize o seu material humano nesse século XX.I


    Daniel José Gonçalves Pinto ( Geografia)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Professor Daniel
      Essa dualidade no ensino - escola classista - realmente é cada vez mais nítida.
      Valorizar a escola e seus profissionais e, consequentemente, os estudantes, tem sido as lutas na educação brasileira.
      Esse nosso curso é uma das possibilidades de consolidar uma visão mais específica ao Ensino Médio e buscar alternativas para alcançar esse investimento tão urgente que você menciona.

      Excluir
  5. O histórico do EM no Brasil aponta a questão de que sempre foi elitizante, cobrindo a lacuna que existia na formação dos alunos que se candidatavam ao ingresso à Universidade. Essa lacuna não deve ser compreendida apenas em forma de conteúdos específicos, mas também se relaciona ao amadurecimento do sujeito que está entrando no mundo adulto, apresentando necessidades específicas e questões próprias à sua existência no Mundo. No decorrer da história da educação, por outro lado, o ensino médio passou a representar também uma possibilidade de formação profissionalizante, atendendo ao mercado de trabalho com o intuito de um mínimo de formação a um contingente sem capacitação adequada às demandas capitalistas. De maneira nenhuma essa etapa de educação é realmente refletida como específica e destinada a uma faixa etária com características bastante peculiares e que precisa de promoção humana mais que tudo, podendo ser estimulada à promoção de suas potencialidades para depois poder atuar no mundo de forma madura e criativa, não apenas como mais um número.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Professora Daniele
      Quando aponta a questão do "amadurecimento do sujeito" associando à questão escolar sinaliza justamente uma dos pontos fortes do nosso curso que é a compreensão desses sujeitos. Os alunos do Ensino Médio precisam ser compreendidos em suas peculiaridades e é justamente aí que reside um dos desafios atuais.
      Fez uma boa síntese! Parabéns!

      Excluir
  6. Obsevando o histórico do EM em nosso país, podemos dizer que o mesmo sempre visou à entrada na universidade, atendendo à necessidade da elite brasileira. Também aparece com a função de inserção no mercado de trabalho, formação de mão de obra especializada (os técnicos). No entanto, observa-se que tal processo aumenta a lacuna existente entre elite e trabalhador. Com a evidenciação dessa função do EM como passagem, também conclui-se que este não é tratado como momento específico de formação humana, com suas peculiaridade, por isso a necessidade de um novo olhar e um novo estudo que traga para o EM sua verdadeira função e valor.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Professora Cristine
      Tratar o Ensino Médio, não como forma de passagem, mas em suas singularidades ainda permanece um desafio. e realmente necessita desse "novo olhar" que você menciona.
      Quando nós, profissionais do Ensino Médio, associados à políticas públicas de educação (que invistam verdadeiramente no ensino público), desenvolvermos este olhar, certamente teremos bons resultados na formação integral de nossos jovens.

      Excluir
  7. Diante daquilo que foi exposto e a partir da experiência com o Ensino Médio, creio que a parte inicial da questão seja um tanto "mais tranquila" de se analisar do que a própria solução para o problema. Afinal, há algum tempo, pelo menos dentro de nossa escola, é comum o discurso de uma formação integral do indivíduo capaz de sobrepujar a preparação somente para testes classificatórios ou para o mercado de trabalho. No entanto, a própria organização de nossa sociedade e de nosso sistema de ensino faz com que, de certa forma, fiquemos presos às suas exigências. Muito provavelmente até as famílias de nossos estudantes entendam essa etapa do ensino como um trampolim para a universidade e busquem, em nossa escola, a preparação adequada para que seus filhos consigam a tão sonhada vaga. Nossa situação enquanto professores acaba sendo um tanto complicada. Se por um lado sabemos que devemos tratar o ensino médio de um modo diferente daquele com que estamos acostumados, por outro ainda somos dependentes do modelo que vigora. Acredito que a própria forma de seleção para as vagas das universidades contribuam substancialmente para isso. Uma mudança radical deve passar também por essa questão para que as mudanças no Ensino Médio se processem de maneira mais natural.
    Com relação à universalização do ensino, parece-me que a questão central é entender os porquês da evasão. E como o próprio material de apoio sugere, cada pedacinho de nosso imenso país possui suas peculiaridades e estas, certamente, tem sua parcela de contribuição para o fenômeno, assim como aqueles que são responsáveis pela administração pública também a tem. Mas nós, professores, não podemos nos eximir de nossa parte da culpa. Cabe-nos analisar aquilo que não está funcionando e tentar corrigir, na medida do possível.
    As mudanças requerem um esforço conjunto. Toda a sociedade deve entender que esse modelo individualista e consumista, onde os valores acabam se invertendo não contribui em nada para a formação humana. Como podemos agir, então?
    Albano - Física

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Suas considerações são provocativas e fundamentadas.
      De fato, vivenciamos essa contradição entre o dito e o feito no Ensino Médio.
      No entanto, vale ressaltar que a compreensão dessa etapa da Educação Básica em suas peculiaridades é algo que vem sendo proposto muito recentemente. E reforço o que já foi dito de que somos pioneiros, de certa forma, nesse estudo que objetiva fortalecer e imprimir compreensões mais apuradas sobre a identidade do ensino Médio.
      A formação humana integral passa, invariavelmente, pela atuação de profissionais mais comprometidos e tentativas de correção daquilo que é possível, como você tão bem sinaliza.

      Excluir
  8. Após a leitura do material sugerido e conversando com diversos colegas professores sobre o assunto cheguei a seguinte conclusão:

    Conhecer o aluno e a realidade que se quer transformar é o primeiro passo. Deve-se entender que não existe só um único ensino médio, e sim que a
    diversidade entre turmas é imensa, mesmo na mesma cidade e no mesmo estabelecimento de ensino. Dentro da minha realidade, leciono para turmas de terceiro ano no turno da manhã, tarde e noite e afirmo: as turmas são extremamente diferentes e os desafios são outros. Entender esses diferentes públicos, suas carências e suas necessidades muda completamente a maneira de se relacionar com os alunos, desde aspectos pedagógicos até aspectos técnicos de ensino. Portanto, quando se fala da Universalização do Ensino Médio, isso só acontecerá de maneira plena se for levado em consideração este aspecto.

    Um outro desafio diretamente relacionado a este assunto é a de capacitação de professores. Acredito que ela deva acontecer de maneira contínua e sequencial. E levando em conta a diversidade já citada de alunos, entendo que esta capacitação não deve ser a mesma para todo o ensino médio, já que como citado no texto e verificado por mim nas minhas turmas, não existe só um "único ensino médio". A capacitação deve ser especifica para diferentes modos de atuação e isso por si só, já é um desafio gigantesco.

    Outro desafio preocupante e talvez um dos mais difíceis é a falta de interesse dos alunos pelo ensino médio. O jovem tende a querer pular essa etapa e buscar direto o mercado de trabalho, resolvendo a questão da escolaridade mais tarde, com cursos supletivos. É necessário descobrir os motivos que levam a isso, ainda que parece claro que razões econômicas e necessidades financeiras da família levem a esta situação. Se levarmos em consideração o papel que o ensino médio tem (ou deveria ter) de formar cidadães plenos em termos éticos, sociais, econômicos e ambientais, isso torna-se um grave problema social, já que ao pular essa etapa, o jovem perde esta formação.

    Entendo que a maioria desses desafios já são conhecidos e que a busca pela solução já se iniciou. No próprio Pacto do Ensino Médio, o levantamento da realidade destes alunos já se iniciou e a capacitação, ainda que nos seus primeiros passos, já se torna realidade. Se medidas similares a essa se tornarem frequentes e forem adotadas por toda a sociedade, é provável que ocorra uma consequente valorização do ensino por parte do aluno e da sociedade.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Professor Fernando
      Os apontamentos feitos nos levam a inúmeras reflexões, sendo este um dos caminhos possíveis para as necessárias compreensões do que ocorre no Ensino Médio.
      Refletir, problematizando as questões, é um modo coerente com a nossa função de ensinar e educar.
      Sendo profissionais éticos e comprometidos, interessados nos perfis de quem ensinamos, teremos possibilidades mais ricas para implementar projetos de formação humana de fato. Nossos posicionamentos, mediados pelas compreensões das peculiaridades de nossas turmas, mais o compromisso com o conteúdo e o conhecimento, certamente contribuirá positivamente para o alcance de um Ensino Médio conectado à vida de nossos jovens.

      Excluir
  9. A luta por melhores condições de vida e de trabalho e a ação determinada pela transformação das condições gerais (econômicas, políticas, culturais) impulsionam muitas pessoas a estudarem,pois são cientes da importância do estudo para e em todas as áreas de atuação na vida.
    Como à escola é destinada uma função social, qualquer desequilíbrio na atuação da mesma irá provocar ressonância na sociedade, e a repercussão será inevitavelmente a evasão, a menos que a escola seja uma parcela insignificante dessa mesma sociedade.
    Este desequilíbrio da atuação da escola diz respeito à falta de recursos físicos e de equipamentos, além da inabilidade da instituição escolar na implantação dos cursos previstos pelo planejamento, dificuldades em encontrar recursos didáticos e pedagógicos capazes de envolver os educandos e mantê-los interessados nos estudos.
    Ignoram-se, também, as contradições dessa escola, que, mesmo reproduzindo um sistema capitalista da sociedade na qual se insere, é o espaço conquistado pelas classes menos favorecidas para se apropriar dos conteúdos nela desenvolvidos. É preciso superar essas contradições, tornar a escola pública uma escola de boa qualidade de ensino, capaz de motivar os alunos, conscientizando-os de que necessitam apropriar-se dos conhecimentos elaborados pela humanidade, de forma democrática, responsável e consciente, visando formar educandos capazes de gerir suas próprias vidas e de reproduzir esses conhecimentos em benefício de toda a sociedade.
    Os alunos que fracassam na escola são vistos como os únicos responsáveis pelo fracasso (conforme seja por problemas psicológicos, carências biológicas, emocionais, sociais, falta de interesse, baixo nível de inteligência, incapacidade para raciocinar), não se consideram as falhas apresentadas pela escola (quanto a conteúdos, métodos, didáticas) e pelos professores, quanto à sua formação e atuação.
    Os alunos menos favorecidos economicamente são justamente os que mais necessitam de uma escola pública de qualidade, por ser ela o único espaço e a única oportunidade que possuem para apropriação do conhecimento sistematizado, necessário para que superem a sua condição de dominados socialmente; e, portanto, a escola não deve se eximir de qualquer responsabilidade sobre a condução do processo educativo, deve procurar em suas entranhas as causas do fracasso escolar. Também os professores mostram-se indiferentes com o nível de reprovação e evasão escolar, não se sentem co-responsáveis pelo fenômeno, não ensinam a raciocinar, a buscar soluções para os problemas que os alunos enfrentam. O que interessa é repassar os conteúdos, mesmo que esses não envolvam o estudante, por não corresponderem à sua realidade cultural, social e vivência.
    Se, de fato, se quer uma escola pública democrática, é preciso enfrentar e acabar com o fracasso escolar. Faz-se necessário rever a concepção de qualidade de ensino, que é inseparável das características econômicas, sócio-culturais e psicológicas da clientela atendida. Só se pode falar em qualidade em relação a algo: coisas, processos, fenômenos, pessoas, que são reais. Portanto, os programas, conteúdos e métodos devem ser compatíveis com as condições reais do aluno determinados por sua origem social.
    O educador deve assegurar aos educandos a assimilação ativa dos conhecimentos sistematizados, das capacidades, das habilidades e das atitudes necessários à aprendizagem, tendo em vista a preparação para o prosseguimento dos estudos, para que possam obter melhores condições para a participação social em todas as esferas da vida: profissional, política, cultural.
    As questões relativas à evasão escolar precisam ser superadas para que se possa conseguir um ensino de boa qualidade, voltado às necessidades da clientela escolar, superando-se a falta de recursos da escola, a má remuneração e qualificação profissional dos professores, que, muitas vezes, em sua luta por melhores salários e condições de trabalho, esquecem-se de melhorar seus próprios conhecimentos e sua atuação como formadores de indivíduos.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Professora Arlete
      Suas considerações são essenciais para uma reflexão crítica a respeito da escola. Os elementos mencionados em suas considerações nos levam a questionar o papel da escola e, consequentemente, o nosso papel como profissionais. E creio ser isso um dos pilares que nos move a estudar cada vez mais e fazer a opção pela busca de novos conhecimentos.
      Parabéns pelas pontuações tão bem feitas!

      Excluir
    2. No Brasil, a grande maioria dos colégios se preocupam apenas em garantir que seus alunos passem na universidade, não os preparando para a vida, para o seu dia a dia. Principalmente os colégios particulares, que fazem de tudo para terem estatísticas a seu favor, para conseguir mais alunos nos anos seguintes. Por isso, esses professores de escola particular, ganham muito mais do que professores das primeiras séries do fundamental, sendo que a base, na minha opinião, deveriam ser mais valorizadas, pois ensinam para a vida, como ler, escrever e a matemática básica.
      Apenas os cursos pós-médio tentam abrir algumas portas para o mercado de trabalho, pois nem todos os alunos querem entrar no Ensino Superior. E por isso, a evasão é acentuada, pois muitos precisam auxiliar em casa, trabalhando. E, em uma realidade que trabalho desde 2006, na Vila Torres, a evasão dos colégios ao redor da vila, é pelo tráfico de drogas, pois não a interesse em estudar, pois ganham dinheiro fácil. Mas ao mesmo tempo, a estimativa de vida é bem baixa para esses que se envolvem com coisas erradas.
      Puxando a sardinha para a minha disciplina, Educação Física, procuro conversar e mostrar para os alunos do ensino médio sobre a importância da Atividade Física em benefício da saúde, pois a grande maioria das pessoas após sair do ensino médio, param de fazer atividades físicas, pois muitas vezes a fazem apenas nas aulas de Educação Física. Temos o dever de tentar fazer que compreendam em tornar as atividades físicas como um hábito de vida, que deverão levar para o resto de suas vidas.

      Excluir
  10. Diante do desenho histórico apresentado no texto-ensino médio -Um balanço histórico institucional. Identificam-se as seguintes reflexões acerca dos desafios que precisam ser alcançados no ensino médio brasileiro:
    A leitura feita do texto permite - se dizer que poucos tinham acesso aos saberes, as aulas eram régias,e principalmente no período do império, os mais favorecidos tinham esta oportunidade. Na configuração histórica observa-se que houve progressos. Porém, mesmo com as leis vigentes, é necessaŕio destacar que a realidade brasileira educacional ainda enfrenta problemas em suas classes menos favorecidas, principalmente em regiões que não priorizam a educação. A discrepância na educação brasileira existe, e ela é resultado de uma herança histórica. Esta resultou na descaracterização e desqualificação do ensino médio A permanência dos estudantes no ensino médio, chamado de secundário no decorrer da história. Isto declara-se como dualidade invertida onde antagoniza uma educação para elite e uma educação para o trabalhador. Na década de setenta, período ditatorial, com a flexibilização e obrigatoriedade do ensino profissionalizante houve uma procura maior para ingressar a esta modalidade, pela proposta de futuro ingresso no trabalho. Também neste período houve a desvinculação dos recursos orçamentários destinados para esta modalidade. Isto é retomado na carta constitucional de 1988 o que redemocratiza o período atual. Configura-se na nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996), caracterizando o Ensino Médio como etapa de conclusão da educação Básica. Na Sequência histórica , com as reflexões críticas da época, as iniciativas dos movimentos sociais na construção de um projeto coletivo que destinou-se a redefinir os objetivos e atribuições do ensino Médio. O projeto de Formação Humana Integral propôs superar a dualidade presente entre cultura e trabalho. Faz se necessaŕio resgatar o Manifesto Educacional que foi assinado por vinte e seis educadores alguns liberais elitistas e outros igualitaristas , condenavam a discriminação social realizada pela escola. Propondo uma “escola única para todos , de modo a se evitar o divórcio entre os trabalhos manuais e intelectuais”. Quando fala-se em desafios remete-se a toda a sequência cronológica e histórica educacional deste país e suas consequências. As relações e discriminações sociais, leis pautadas em interesses econômicos e políticos, momentos de progresso da sociedade e consequentemente educacional.
    Isto posto, percebe-se que a situação atual educacional perpassa pela formação continuada e efetiva do professor; jornada de trabalho que garanta ao docente seus momentos de estudos e reflexões a cerca do desenvolvimento do seu trabalho; garantia para o professor de acesso frequente as artes, literatura, música; gestores participantes do processo; remuneração adequada aos profissionais de educação;
    É necessaŕio citar as famílias destes estudantes e suas relações desestruturadas. Obviamente que esta situação não diz ser totalmente responsabilidade da escola,, é um capítulo a parte em nossa sociedade , porém afeta diretamente o processo escolar, e há uma necessidade premente de reavaliação pelos órgãos competentes e da própria sociedade. Sabe -se que quanto mais acesso aos saberes , mais a oportunidade de sabermos de nossos direitos como cidadãos e reivindicá-los. Do ponto de vista social, é necessário que os veículos midiáticos caminham com a escola e por ela, em uma concepção correlacionada à educação. A reestruturação e a flexibilização dos currículos auxiliariam de maneira eficaz na construção de um novo ensino médio. A ideia conteudista apresenta -se obsoleta, assim como a escola. Com as novas demandas tecnológicas e o acesso constante a estas ferramentas propondo um mundo mais dinâmico nas informações para as juventudes atuais. É imprescindível que o professor a escola retome sua linguagem e proponha uma leitura mais rápida aos nossos estudantes.
    Respo

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Pedagoga Mônica
      Você fez um síntese interessante das reflexões apontadas no Tópico, situando historicamente a questão do ensino médio.
      Mencionar os aspectos da família, tecnologia, formação continuada, políticas públicas, entre outros, enriquece as possibilidades de analisar os desafios para o Ensino Médio brasileiro numa perspectiva abrangente e coerente.
      Cabe a nós, profissionais da educação, fazer as devidas compreensões e, de modo profissional e ético, construir práticas que contribuam para as melhorias tão necessárias.

      Excluir
  11. Os desafios do ensino médio são: Controlar evasão escolar: a distância residência/escola, dificuldades financeiras, falta de estímulo por parte do estudantes e alguns professores. Reprovação: é uma consequência da evasão escolar, e dificuldade de aprendizagem e desinteresse para os estudos, no caso do ensino médio noturno o cansaço para os estudos. Diminuir o número de alunos por sala para fazer um trabalho mais individualizado para um melhor aproveitamento escolar por parte dos estudantes.
    Denise Adriane Regis - Matemática

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Evasão, reprovação e salas superlotadas são gargalos da Educação quando nos referimos ao cotidiano da escola.
      Esses problemas representam mal estar em todos os sentidos: aos aluno e suas famílias, aos professores, aos Governos e à sociedade em geral.

      Excluir
  12. Achei muito interessante o texto e considero os cinco pontos abaixo grandes desafios a serem analisados e resolvidos para melhorar a qualidade a realidade brasileira no quadro educacional, e por consequência, em outros aspectos também. Não tem como notar como o ensino médio, desde a sua criação no Brasil:
    - É elitizado.
    Desde a criação de cursos secundários que não certificavam de maneira igualitária para que todos pudessem ingressar no ensino superior, conforme Anísio Teixeira.
    - Perdeu, ou talvez na prática nunca teve, um objetivo plausível.
    A ausência da “formação do homem para todos os grandes setores da atividade nacional, construindo no seu ensino todo um sistema de hábitos, atitudes e comportamentos que o habilitem a viver por si mesmo e a tomar em qualquer situação as decisões mais convenientes e seguras” está longe de acontecer. Seria necessário repensar no ingresso do ensino superior, nas atividades nacionais, nos acontecimentos do cotidiano, enfim, realmente ensino médio deveria ser repensado e recriado um consenso sobre a sua utilidade.
    Hoje, acho que o ensino médio ainda é encarado apenas como um método de seleção para o ingresso no ensino superior. “De exame de saída do ensino secundário passou a ser exame de entrada aos cursos superiores”. Até hoje nos deparamos com “exames de vestibular”, que visivelmente são voltados àqueles que fazem cursinhos (normalmente caros). Provas que enfatizam a decoreba, e não relacionam os fatos do mundo com o conteúdo que deveria ser ensinado realmente. Assim, até nós, professores, ficamos cada vez mais presos a passar os conteúdos cobrados nestes exames, e menos críticos e participativos nos fatos existentes ao nosso redor.
    Na enquete realizada com meus alunos de 1º ano, percebo que o ingresso no CEP é pensando já nos concursos vestibulares. Obviamente que durante o curso, como adolescentes que são, eles se esquecem do seu objetivo e procuram mais viver as relações sociais que a escola proporciona, do que adquirir conteúdo de cada disciplina (o que acho normal e justo, visto suas poucas experiências e quanto eles ainda podem crescer em vários aspectos).
    - Não há um padrão, uma ideia central para que possamos nos focar como educadores.
    A criação de uma escola padrão, como o Colégio Pedro II, acabei analisando com bons olhos. Caso as escolas tivessem uma referência, haveria uma base de ensino. Porém, o governo deveria garantir a estrutura de todas as escolas, para que as mesmas possam realmente se espelhar nesta escola e seguir um padrão de qualidade. Mas estes tipos de escola deveriam ser acessíveis a todas as classes.
    - Descaso do governo e da sociedade.
    Encaro com um grande problema a forma do governo de incentivar instituições particulares, ao invés de proporcionar a sociedade um ensino para todos e com qualidade. Mas acho que o descaso da própria sociedade facilita que os comandantes do Brasil pensem em melhorar nosso país investindo em educação. Se a mobilização do povo fez que até governantes da ditadura contribuírem no setor educacional, elevando o tempo de ensino para 8 anos, hoje, com base nas experiência passadas, nosso povo poderia mais.
    - Abuso do governo.
    Desde a ditadura é percebido também que o governo brinca com a educação empobrecendo currículos e dificultando a compreensão crítica da realidade social. Verbas educacionais também são constantemente reduzidas e a educação no nível médio acaba sendo apenas um qualificador para o mercado de trabalho.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Os pontos que mencionou, professora Bárbara, fazem uma ótima síntese e propõem um convite à reflexões mais apuradas sobre o Ensino Médio no Brasil.
      Elitização, foco, escola modelo, descaso e abuso são, realmente, questões que perpassam a construção histórica desse nível de ensino...
      E na ponta disso tudo estão os jovens brasileiros, que de certa forma ficam a mercê das decisões das autoridades educacionais que nem sempre pensam neles como sujeitos históricos.

      Excluir
  13. Na minha opinião, o maior desafio do EM é a evasão escolar.
    Podemos observar aqui no CEP, que a cada ano as matrículas no EM noturno vão diminuindo. Nos últimos cinco anos, a procura pelo ensino médio noturno caiu pela metade. Isso se deve, entre outras coisas, a distorção idade série e ao fato do aluno precisar trabalhar para ajudar em casa, e ainda, pela possibilidade de concluir o EM pelo ENEM.
    Nilton Cezar dos Santos

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Bem verdade, Nilton
      As "facilidades" em adquirir a certificação faz com que muitos jovens sintam-se inclinados a usufruir das mesmas, sem pensar nas lacunas de formação.
      O que seria um avanço em termos educacionais, acaba sendo uma armadilha para certificação aligeirada e empobrecida.

      Excluir
  14. A evasão escolar é um grande desafio no EM em virtude de nossos jovens assumirem responsabilidades tão cedo para consigo e seus familiares, atropelando o ciclo. Isso decorre da falta de estrutura familiar e de novos modelos familiares cada vez mais presente nessa geração. Estas classes, quase sempre menos abastadas sofrem o desestímulo à educação. Mesmo alguns estímulos sociais propostos não são suficientes para equilibrar ao patamar da elite. O que vemos são jovens sendo verdadeira e literalmente empurrados e não educados, sem adequado conhecimento e amadurecimento por interesse politico e econômico. O educador com papel fundamental nesse desafio deve se ater a realidade enfrentada por esses jovens. É necessário investimento, tempo e valor a educação tão banalizada, é hora de rever conceitos para balancear esse conceito histórico, equilibrar a educação para um estudo equitativo.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Tem toda razão em sua reflexão, professor Cleiton.
      O desestímulo à educação, pela sedução de um dinheirinho a mais, força muitos de nossos jovens ao subemprego e falhas complicadas na educação escolar.
      Lidar com essas questões complexas é realmente um desafio, justamente porque extrapola os limites dos portões da escola.
      No entanto, compreender e considerar tais questões são passos importantes para continuarmos investindo na formação profissional e nas análises mais criteriosas das realidades de nossos estudantes.

      Excluir
  15. O maior desafio para o ensino médio é fazer com que o estudante que terminou o ensino fundamental continue seus estudos no ensino médio e que os mesmos tenham condições de concluir um ensino médio com qualidade, onde nossos jovens saiam com uma formação básica , para que os mesmos possam fazer suas escolhas para dar continuidade aos seus estudos ou inserir-se ao mercado de trabalho . Para que isso aconteça teremos que ter um conjunto de mudanças , como;
    Professores mais preparados e mais comprometidos com a educação , Colégios mais adequados para recebem estes jovens , uma carga horária maior ( UMA EDUCAÇÃO INTEGRAL ) ,Maior comprometimento dos nossos alunos , enfim um conjunto de vários itens que torne a escola mais atrativa.
    Prof Enzo A Souza Matemática

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Professor Enzo
      O Ensino Superior tem como requisito a conclusão do Ensino Médio, mas não basta ter o "diploma" de conclusão dessa etapa. Há necessidade, sim, de uma formação que possibilite o estudante de prosseguir os estudos e, sobretudo, de fazer escolhas que lhe tragam satisfação.
      Nesse quesito, costumo incluir a opção profissional para que se torne um adulto consciente e moralmente forte para enfrentar as adversidades da vida. Para isso, um Ensino Médio bem estruturado desenvolverá um perfil jovem mais comprometido como você menciona.

      Excluir